sábado, 15 de novembro de 2014

Renault Fluence 2015


Depois de aparecer no Salão do Automóvel de SP, a versão reestilizada do Renault Fluence já ganha as ruas neste mês, com preços entre R$ 68.990 e R$ 82.990. Se a mudança no visual é notável, o interior apenas corrige falhas graves, o que pode ser insuficiente para o sedã médio superar Chevrolet Cruze e Nissan Sentra na briga pelo 3º lugar do segmento.



Ao seu favor, o Fluence tem o conforto, um bom nível de equipamentos desde a versão mais básica, o que inclui ar-condicionado digital de duas zonas, “chave-cartão” e airbags laterais. No entanto, o que deve pesar mais é o custo de tudo isto, que se manteve no mesmo patamar da versão antiga – com o acréscimo de uma versão intermediária (Dynamique Plus, por R$ 74.890), que deve ser a mais vendida.


A renovação do Fluence se concentrou na frente, que ganhou a mesma linha de design adotada para Logan e Sandero, que antes eram vistos apenas como bons “custo-benefício”, e agora também são “bonitos”. “O design é o principal fator na decisão da compra agora, empatado com o espaço interno”, afirmou Bruno Hohmann, diretor de marketing da marca.
A fórmula frontal repetida no Fluence estreou no final de 2012 na Turquia e demorou cerca de 2 anos para chegar ao Brasil. Mas o importante é que a grade dianteira, com logotipo em destaque, se encaixou bem no corpo mais robusto do sedã, que chega ao mercado nacional direto da fábrica argentina localizada em Córdoba.

Com espaço que lembra o conforto de sedãs maiores, inclusive com um imenso porta-malas de 530 litros, o Fluence pouco mudou dentro da cabine, com exceção do painel de instrumentos digital no lugar do analógico e da nova central multimídia R-Link com tela de 7 polegadas sensível ao toque (de série apenas na duas versões mais caras, Dynamique Plus e Privilége).
O volante revestido em couro dá um toque esportivo que o resto do interior não passa nem perto, mas tem bom ajuste de altura e profundidade. Infelizmente, o mesmo não acontece com a regulagem dos bancos – a de altura está disponível apenas para o motorista.
A chave-cartão do Fluence é o exemplo perfeito do que o cliente do segmento procura. Simples e estilosa, ela controla as travas e o acionamento do motor sem sair do bolso do motorista.
Na versão mais cara, ela conta com sistema que trava o veículo e recolhe os retrovisores quando o dono se afasta mais de 5 metros do carro – ótimo para os esquecidos.
Embora atualizado, o sistema multimídia apenas recuperou o atraso, com navegação por GPS e entrada para cartão SD, USB e auxiliar. A tela sensível ao toque chega pela primeira vez ao modelo, mas fica um pouco distante do condutor, fazendo com que ele saia da posição ideal de dirigir para acionar as funções.

Desde a versão mais básica, o modelo tem assistentes como sensor de chuva, acendimento automático dos faróis, piloto automático e limitador de velocidade. No entanto, os controles são espalhados de forma incompreensível.
Para o controle de cruzeiro e limitador são no total 6 botões, um par no lado esquerdo do volante regula a velocidade desejada, enquanto outro par no lado direito suspende e retoma o auxílio. Mas para ligar qualquer um dos 2 sistemas há um interruptor embaixo, ao lado do freio de mão.
O controle de áudio e comando de voz está localizado atrás do volante, logo abaixo da mão direita do motorista, mas parece um conjunto que foi incluído de última hora ou depois que o projeto foi concluído.

O “coração” do Fluence 2015 manteve a mesma dupla de motor 2.0 litro, com 143 cavalos de potência (abastecido com etanol), e câmbio manual de 6 marchas, apenas na versão de entrada, ou CVT (automático sem troca de marchas) nas demais.
Na estrada, o conjunto não empolga, com retomadas vagarosas, mas garante o conforto esperado pelo público-alvo do segmento. Nem adianta tentar simular as marchas no modo sequencial, que faz pouca diferença no desempenho.
Mesmo com controle de estabilidade e tração, a versão topo de linha (Privilège) sofre para fazer curvas em velocidade pouco acima da normal e pequenos ruídos internos foram percebidos no modelo testado. O consumo médio de combustível, segundo o computador de bordo, ficou em 10,3 km/l, em um trecho de cerca de 90% em estrada.
A atualização sem dúvida faz bem ao Fluence e deve resultar em acréscimo nas vendas, mas ainda falta “garra” e “coração” para ele brigar de igual para igual com os líderes Civic, Corolla, Cruze e Sentra, sem contar C4 Lounge THP, Jetta e Focus Sedan – todos tentando beliscar um “pódio”. Talvez quando a gama se complete com a versão esportiva (GT), esperada para 2015, ele tenha mais cartas para jogar.





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