segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Volkswagen sabia de tudo

A Volkswagen sabia há algum tempo da malandragem eletrônica para vender seus motores diesel nos EUA de acordo com jornais alemães. Para o Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung, técnicos da VW alertaram a empresa sobre o problema em 2011, mas nada foi feito.




Há também o relato do Bild am Sonntag, que relata que a Bosch, fornecedora da parte eletrônica do motor, avisou a Volkswagen em 2007 sobre o possível uso ilegal de seu software. E nada foi feito.

Segundo o jornal, o problema começou em 2005, quando Wolfgang Bernhard quis que a VW fabricasse um novo motor diesel para vender nos EUA. O único modo de fazer ele se ajustar à legislação ambiental americana era a injeção de uma solução de ureia que já era usada em motores maiores.

O problema é que isso faria cada um dos motores custar 300 euros a mais. Bernhard deixou a VW em janeiro de 2007, antes de o motor ser fabricado.

Quando Martin Winterkorn se tornou CEO do grupo e da marca Volkswagen, em 2007, ele chamou Ulrich Hackenberg, chefe de desenvolvimento da Audi, na época, e Wolfgang Hatz, chefe de motores da mesma marca, para irem para Wolfsburg ajudar no desenvolvimento do motor diesel para os EUA.

Segundo a Reuters, Hackenberg, Hatz e o chefe de pesquisa e desenvolvimento da VW, Heinz-Jakob Neusser, foram suspensos de suas funções até o final das investigações. Todos os três negam ter participado. Michael Horn, presidente da VW dos EUA, continua no cargo.

O Banco Central Europeu suspendeu as vendas de bônus pelo braço financeiro da Volkswagen. A Suíça também baniu as vendas de modelos do grupo com motores diesel, o que inclui Audi, Seat e Skoda, até que o caso seja esclarecido. Apesar de não ter modelos diesel no Brasil, até o Ibama vai investigar se os VW brasileiros também não driblam de algum modo a legislação.

Elon Musk, presidente da Tesla, disse que esse é um sinal inequívoco de que a era dos motores a combustão está no fim. “Atingimos o limite do que se pode fazer com motores diesel e Otto. Chegou a hora de mudar para uma nova tecnologia”, disse ele à imprensa belga.

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